A diversidade cultural brasileira expressa no Carnaval

Você não fica cansado de ter sua imagem de brasileiro associada a carnaval, futebol e praia? Se você gosta de carnaval, ótimo, deve estar se divertindo, mas será que todo brasileiro gosta? E de que Carnaval estamos falando? Será que não há muitas formas de se celebrar o Carnaval?

As comemorações populares tradicionais são cada vez mais vistas como fonte de renda. As brincadeiras populares, os blocos de rua, os folguedos perderam espaço nas grandes cidades e deram lugar ao carnaval institucionalizado e até globalizado, vendido no mundo todo como fonte de renda para canais de televisão, revistas de massa e turismo. Ganha-se e perde-se nesse movimento. O comércio é beneficiado, postos de emprego são criados e a economia se movimenta. Mas a riqueza e a diversidade de nossas culturas são apagadas e apenas as formas mais rentáveis têm destaque.

É uma pena que a maioria das pessoas nem pare para pensar na diversidade cultural que marca as muuuitas formas de comemorar o carnaval no Brasil (e, diga-se de passagem, as formas mais divertidas são também as mais simples e espontâneas). Então, para ajudar-nos a lembrar ou conhecer algumas destas formas, escrevo este post.

Em Parintins, no Amazonas, uma grande festa marca o Carnaval, com a competição de dois grupos: Caprichoso e Garantido. Mantendo a tradição do Boi-Bumbá, reportando-se às raízes indígenas, africanas e européias que compõe o mosaico cultural brasileiro, instrumentos de percussão, dança, música e teatro se integram para fazer uma festa que tem atraído milhares de pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

O carnaval de Recife (à esquerda) e Olinda (à direita) reúne diversas manifestações culturais na rua, como Frevo e Maracatu, com muita música, dança e brincadeira. Os bonecões são característicos destas festas.

Os blocos de rua estão entre as comemorações mais comuns e democráticas do carnaval. Cada cidade tem seus inúmeros blocos, com suas características, roupas, passos de dança e ritmos, que reúnem famílias, vizinhos e amigos.

O carnaval nas comunidades em centros urbanos também reúne famílias, amigos e vizinhos em uma forma de socialização e comemoração que pode, às vezes, entrar nas escolas de samba convencionais.

Nem todo mundo quer comemorar o carnaval. Muitas pessoas preferem simplesmente viajar, descansar ou fazer retiros espirituais no feriado.

Essas são apenas algumas formas, dentre muitas outras, que o carnaval assume para as muitas pessoas no Brasil. Porque ser brasileiro não significa compartilhar todos os aspectos culturais, mas sim conviver na diversidade, respeitando as formas de vida e de expressão uns dos outros. A partir do carnaval podemos pensar como a cultura se desdobra em culturas, e como não há uniformidade dentro de nenhuma cultura. A diversidade é uma riqueza que devemos preservar, respeitar e valorizar.

Selma Moura

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