Biletramento no século XXI: por que é necessário investir na leitura e na escrita em mais de uma língua?

Ontem estive na SBS da Vila Mariana, convidada pela Seven Idiomas, para fazer uma palestra sobre línguas e letramento.
Para quem foi, ou para quem não pôde ir, compartilho abaixo alguns pontos que foram tratados. Comentários são bem vindos!
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Inglês no Mundo

  • “O Inglês tem status oficial ou especial em pelo menos 75 países, com uma população total acima de dois bilhões
  • Inglês é falado como primeira língua por cerca de 375 milhões de pessoas, e como segunda língua por cerca de 375 milhões de falantes.
  • Falantes de Inglês como segunda língua já superam os que flantes como primeira língua.
  • Estima-se que cerca de 750 falem inglês como língua estrangeira
  • Um em cada quatro habitante do planeta fala Inglês com algum nível de competência. A demanda dos outros três quartos está aumentando”

Fontes:

David Crystal. The Cambridge Encyclopedia of the English Language. Cambridge University Press, 1995

David Crystal. English as a global language. Cambridge University Press, 1997

David Graddol. The Future of English? London, British Council, 1997

Ingleses Globais -World Englishes

  • “Linguisticamente falando, é um mundo completamente novo. Falantes não-nativos de Inglês agora superam os falantes nativos”
  • ”Nunca antes houve uma língua que tenha sido falada mais como segunda língua do que como primeira”. Se considerarmos apenas a Ásia, o número de usuários de inglês alcançou 350 milhões- aproximadamente a população dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá combinadas. Há mais crianças chinesas estudando inglês – cerca de 100 milhões – do que britânicos no mundo.”

Fonte: Newsweek Magazine. Not the Queen’s English.http://www.thedailybeast.com/newsweek/2005/03/07/not-the-queen-s-english.html

World Englishes

Os novos falantes de Inglês não estão simplesmente absorvendo a língua – eles a estão reconfigurando. “Novos Ingleses” estão sendo criados pelo mundo:

  • “ENGLOG”: Tagalog-infused English spoken in the Philippines
  • “JAPLISH,” the cryptic English poetry beloved of Japanese copywriters (“Your health and loveliness is our best wish,” reads a candy wrapper. “Give us a chance to realize it”),
  • “HINGLISH,” the mix of Hindi and English that now crops up everywhere from fast-food ads to South Asian college campuses. “Hungry kya?” (“Are you hungry?”), queried a recent Indian ad for Domino’s pizza.
  • In post-apartheid South Africa, many blacks have adopted their own version of English, laced with indigenous words, as a sign of freedom–in contrast to Afrikaans, the language of oppression. “We speak English with a Xhosa accent and a Xhosa attitude,” veteran actor John Kani recently told the BBC.
  • É importante buscar “um equilíbrio entre os direitos e necessidades de línguas minoritárias, línguas locais, Inglês e outras línguas estrangeiras. O professor de Inglês ideal asume várias formas, mas invariavelmente ensina inglês como uma língua adicional, está familiarizado com as línguas maternas e as culturas dos aprendizes e convencido de que o multilinguismo é um valor fundamental”

Robert Phillipson, research professor at the department of English, Copenhagen Business School. Disponível em: http://www.guardian.co.uk/education/2003/nov/13/tefl3

  • “Já se foi o tempo da aula genérica de Inglês na qual a maior parte dos estudantes não têm outro objetivo mais específico do que melhorar sua habilidade de se comunicar efetivamente em Inglês. Nós agora entramos em uma era em que cada vez mais  estudantes têm objetivos claramente definidos e algumas vezes propósitos altamente particulares..”
  • “Certamente já chegou o tempo de rever alguns dos pressupostos que informam a abordagem comunicativa tanto na classe quanto nos cursos de formação de professores. Não há necessidade de jogar o bebê comunicativo for a com a água do banho. Há, porém, uma necessidade de professores em formação serem adequadamente preparados para as realidades de equilibrar as necessidades de grupos muito diferentes de aprendizes de línguas em suas salas de aula”
Jeremy Page, deputy director of the Sussex Language Institute, University of Sussex. Disponível em: http://www.guardian.co.uk/education/2003/nov/13/tefl3

O Acesso das crianças ao Inglês

  • As crianças passam mais tempo com as mídias do que em qualquer outra atividade, exceto o sono.
  • A televisão, que antes dominava os habitos de consumo de mídias por crianças, agora é acompanhada de computador, video game, telefone celular e outros equipamentos digitais.
  • As crianças hoje estão completamente imersas em experiências midiáticas desde uma idade muito jovem.
  • Regular o impacto que estas experiências estão tendo nas crianças é um enorme desafio para pais e educadores.

Fonte: http://www.childrennow.org/index.php/learn/  medias_impact/

  • As crianças passam mais tempo com as mídias do que em qualquer outra atividade, exceto o sono.
  • A televisão, que antes dominava os habitos de consumo de mídias por crianças, agora é acompanhada de computador, video game, telefone celular e outros equipamentos digitais.
  • As crianças hoje estão completamente imersas em experiências midiáticas desde uma idade muito jovem.
  • Regular o impacto que estas experiências estão tendo nas crianças é um enorme desafio para pais e educadores.

http://www.childrennow.org/index.php/learn/  medias_impact/

A indústria cultural anglofônica é tão forte que é raro encontrar alguma criança ou adolescente que não seja por ela influenciado. Por isso, o Inglês já tem um lugar na vida destas crianças, não podendo mais ser considerado uma língua “estrangeira”.
As crianças estão cada dia mais cercadas de línguas e linguagens. Será que faz sentido uma escola que desconsidera essa realidade? Que não leva em conta as práticas de letramento presentes na vida dos alunos, práticas cada vez mais mediadas pela tecnologia e por outras línguas?

 

Desafios para a Escola

  • Formação inicial e continuada dos professores
  • Projeto da escola: comprometimento de todos com a ampliação das competências comunicativas das crianças
  • Organização curricular consistente e coerente
  • Encadeamento das atividades de letramento propostas ao longo do currículo

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