Agora sim! Escolas Municipais Bilíngues para Surdos em São Paulo!

Prefeito aprova criação de escolas bilingues para surdos

Originalmente disponível em http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=47526

Publicado em 11/11/2011

Veja publicação no Diário Oficial de SP

O prefeito de São Paulo aprovou na noite desta quinta-feira (10/11) o decreto que cria as Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBS), que atenderão 1,3 mil alunos na Rede Municipal de Ensino. A assinatura ocorreu durante o VI Festival Esportivo e Cultural de Alunos Surdos, no Sesc Vila Mariana, zona sul da cidade.

“Mais um importante passo na inclusão, agora com a Prefeitura oferecendo aos surdos o acesso ao ensino bilíngue, ao lado de outras ações como melhorias na infraestrutura das escolas e na capacitação de professores”, afirmou o prefeito.

O decreto transforma as seis Escolas Municipais de Educação Especial (EMEEs) da rede municipal em EMEBS, unidades onde a Língua Brasileira de Sinais (Libras) será a primeira língua. Com a mudança, os estudantes surdos terão toda a estrutura necessária para o aprendizado adequado, inclusive com material pedagógico específico. A língua portuguesa será ensinada como segunda língua, na modalidade escrita.

“A Secretaria de Educação vai formar em Libras o vigilante, o agente de apoio até o diretor da escola, desde o ensino infantil até os demais níveis. Nós acreditamos que para incluir é preciso de apoio e estrutura para a escola, formação para o professor e entender quais são as reais necessidades dos nossos alunos” explicou o secretário Municipal da Educação.

Para atuar nas novas escolas bilíngues já foram qualificados 100 professores especialistas. Ainda este ano, mais 150 profissionais iniciarão pós-graduação com ênfase em surdez. As unidades contarão também com Instrutores de Libras, responsáveis por ensinar a língua de sinais para alunos, professores, pais e comunidade, e Intérpretes e Guia Intérpretes de Libras, que mediarão a comunicação.

Como a Educação Bilíngue é baseada também na Pedagogia Visual, a Prefeitura investiu na aquisição de recursos que favorecem a visualidade das atividades, como câmeras de filmagem e aparelhos multimídia e de projeção.

Os estudantes matriculados nas EMEBS são crianças, adolescentes, jovens e adultos com surdez e outras deficiências associadas e surdocegueira. A família tem a opção de escolher entre matricular o aluno em uma Escola Bilíngue, em uma Escola-Pólo ou em uma escola regular. As Escolas-Pólo são unidades regulares bilíngues com características inclusivas, que contarão com estrutura para o aprendizado do surdo, atendendo também alunos ouvintes.

A Secretaria Municipal de Educação começou a planejar em 2007 a reestruturação das EMEEs, tendo como foco a organização curricular na perspectiva bilíngue, com produção de material pedagógico específico – entre eles as Orientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem em Libras e em Língua Portuguesa para Pessoa Surda –, formação dos profissionais e definição de novos critérios de avaliação. A mudança faz parte das ações do Inclui, programa de inclusão nas escolas lançado em setembro de 2010.

Festival de surdos

A assinatura do Decreto ocorreu durante o penúltimo dia do VI Festival Esportivo e Cultural de Alunos Surdos, que reúne estudantes da rede municipal de São Paulo e de escolas e instituições públicas e privadas da capital e de outros municípios da Grande São Paulo. O evento começou no dia 29 de setembro e promove atividades recreativas, oficinas e competições de xadrez, handebol, futsal e atletismo até o dia 11. Este ano, o festival conta com mais de 2 mil participantes.

Academia de Letras

Também na noite desta quinta-feira (10/11), o prefeito participou da cerimônia de posse do acadêmico José Gregori que assumiu a cadeira 15 da Academia Paulista de Letras (APL), antes ocupada pelo escritor e político José Altino Machado. Atual secretário Especial de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo e ex-ministro de Estado da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, Gregori preside também a Comissão de Direitos Humanos da USP.

“É com muita alegria que estou aqui presente para festejar a posse, não apenas de uma pessoa querida e respeitada, mas de uma pessoa muita bem preparada em seus múltiplos aspectos: na sua formação familiar, acadêmica, profissional, no seu caráter e, que a partir de hoje, fortalece e engrandece de uma maneira muito expressiva o papel e a voz da Academia Paulista de Letras”, disse o prefeito.

O prefeito ressaltou que José Gregori chegou à Prefeitura acompanhado da sua experiência junto ao governo Federal de Fernando Henrique Cardoso, como ministro e embaixador, e que chega na Academia mais maduro, mais experiente e mais completo. “Tenho certeza absoluta que ao lado de pessoas tão excepcionais e extraordinárias fará com que a voz da Academia se fortaleça num momento tão importante do país. Parabéns pela sua história de vida e por tudo que tem feito e, com certeza, por tudo que ainda tem a realizar, não apenas aqui na Academia, mas junto à nossa cidade, ao nosso estado e ao nosso país”, afirmou.

Share:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on pinterest
Pinterest
Share on linkedin
LinkedIn

Deixe uma resposta

On Key

Related Posts

Descubra mais sobre Educação Bilíngue no Brasil

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading